Anomalia do Olho do Collie – CEA

30/04/2024

A Anomalia do Olho do Collie (CEA) é uma doença recessiva, que se manifesta através de níveis variados de deficiência visual, que vão desde nenhuma alteração significativa até a cegueira completa dos cães acometidos.

Geralmente, as duas principais lesões associadas a CEA são a hipoplasia coroidal e o coloboma. A hipoplasia coroidal é caracterizada por um defeito no desenvolvimento da coroide, que é uma camada altamente vascularizada da parede do globo ocular, localizada entre a parte branca do olho, que é a esclera, e a retina. Já o coloboma é uma deformação que altera a estrutura do olho, na CEA é mais comum de ocorrer no nervo óptico, onde o tecido nervoso acaba não sendo totalmente desenvolvido, geralmente, no ponto onde o nervo se liga à parte de trás do globo ocular.

A CEA pode se diagnosticada por meio de um exame oftalmológico realizado por um médico veterinário oftalmologista e é indicado ser feito antes de 12 semanas de vida. Após este período, o diagnóstico clínico fica muito dificultado devido ao aumento de pigmentação da íris. Dessa forma, a CEA também pode ser identificada antes que o cão desenvolva alguma alteração clínica, por meio de testes de DNA. A única maneira de prevenir é por meio da formação correta de casais, baseada nos resultados de testes genéticos, que irá impedir o nascimento de cães que venham desenvolver a doença.

Filhotes com alto risco de CEA podem receber adestramentos especializados desde cedo, para que aprendam a depender menos da visão. Nos casos em que os sinais da CEA já estiverem modificando a rotina do cão afetado, este tipo de adestramento é ainda mais importante, pois auxiliará no exercício do sistema sensorial, minimizando assim o déficit causado pela falha de visão. Este profissional poderá também orientar o responsável quanto o ambiente e convívio com o cão deficiente visual.

Roberta Costa

Médica Veterinária
Consultora da Petgenoma