Como funciona a análise de DNA do seu pet?

17/01/2025

Lembra das aulas de Biologia, quando você precisou aprender sobre o ‘A’ (AZÃO) e o ‘a’ (azinho)?  Que muitas vezes, além de não fazer o menor sentido, você tinha a certeza de que nunca mais ouviria falar disso? Dessa forma, podemos dizer, que tudo o que você aprendeu (ou não) naquelas aulas, te ajudarão a entender como funciona o teste genético do seu pet.

Então para começar, vamos relembrar conceitos bem básicos. O ‘A’ (AZÃO) e o ‘a’ (azinho) são formas diferentes de um mesmo gene, que chamamos de variantes (ou alelos). Estas diferentes formas dos genes, podem modificar a função deles e, por isso, podem influenciar na predisposição de algumas doenças genéticas, na cor do animal ou tipo de pelagem. Além disso, conjuntos específicos de muitas variantes funcionam como marcadores de raças específicas.

Nós da petgenoma, na análise do DNA do seu pet, avaliamos simultaneamente mais de 80 mil pontos diferentes, que podem ter a variante ‘A’ (AZÃO) e o ‘a’ (azinho) em cada ponto. Para isso, utilizamos amostras de células da bochecha dele que você mesmo faz a coleta com o swab (aquele cotonete grandão). A partir do swab nós fazemos a extração do DNA, que é utilizado para a técnica de microarray também conhecida como microarranjo ou chip de DNA.

Através desta técnica é possível analisar simultaneamente diversas regiões do DNA, usando sondas específicas para cada uma das regiões. O DNA do seu pet irá se ligar a estas sondas, e com a utilização de corantes específicos para cada uma das variantes, se torna possível identificar quais as variantes o seu pet apresenta (o ‘A’ (AZÃO) e o ‘a’ (azinho)). E assim, determinamos o genótipo do seu pet, que é a dupla de variantes para cada um dos 80 mil pontos, se é ‘AA’ (AZÃO-AZÃO), ‘Aa’ (AZÃO-azinho) ou ‘aa’ (azinho- azinho).

Após determinar os genótipos de cada um dos mais de 80 mil pontos que avaliamos, entra em ação a parte de bioinformática: utilizando softwares, conseguimos fazer algumas comparações. Para determinar a composição racial do seu pet, comparamos o conjunto de variantes determinado em laboratório com aqueles gravados em nosso banco de amostras de cães de raças puras, que contém mais 250 raças, com cães representativos da população brasileira. E para determinar se o seu pet possui ou não alguma variante relacionada a doenças, comparamos seus resultados com o que é considerado normal na espécie, denominado de "genoma referência".

Agora que você entendeu como fazemos a análise, que tal mandar uma amostra de seu pet? Clique aqui e saiba mais!

Paula Rohr

Paula Rohr Bióloga, Mestre e Doutora em Genética e Biologia Molecular pela UFRGS
Pós-doutorado em Ciências da Saúde, em Biologia Celular e Molecular Aplicada à Saúde e em Oncologia
Sócia e responsável técnica da petgenoma